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Porque você não deve desistir de amamentar

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011 No peito

Eu e Isabella aproveitando o momento da mamada para tomar sol no quintal de casa

Não, não me venha com o papo de que amamentar é um ato natural, primitivo, que mãe e filho se entendem de primeira. Isso é tudo balela. Pode até mesmo ter algo de instinto, principalmente do bebê cheio de fome. Mas nós, pobres mulheres acostumadas a ver os seios como ferramenta de prazer e enchimento para o decotão, somos pegas de surpresa: o seio vira peito!

E peito, minha gente, não tem nada das funções antigas. Primeiro porque ele cresce – em alguns casos, mais do que precisava. Segundo porque ele passa o dia todo enchendo e esvaziando. O bico, que no máximo ganhou deliciosas mordidas em noites de sexo selvagem, tem sua vida passiva exterminada. Agora é exigido a cada três horas para um trabalho árduo. E sim, no começo doi. Doi muuuuito! Mesmo quando o santo bebê faz a primeira pega direitinho – porque você não ficou nervosa e conseguiu escutar o que a enfermeira estava tentando explicar na primeira mamada – mesmo assim doi. O coitado nunca tinha sido tão usado antes!!!

Lembro que na segunda noite na maternidade, acordei de madrugada exatamente na hora da mamada. E meu bico doía tanto que pensava em qual universo fazia sentido passar por tamanha tortura. Como é que a humanidade tinha ido para frente? Quando escutei o chorinho de fome da minha filha, fez se a luz: eu TINHA de dar comida para aquela criatura. Nada mais importava. O instinto de alimentá-la com o meu leite ultrapassava qualquer dor. Alguém podia ir lá cortar o meu peito fora, mas meu bebê ia ter o meu leite!

E é exatamente nesse instinto que as mulheres devem se apegar na hora de amamentar. O de alimentar a cria. Não na pressão da sociedade e das redes sociais. Não nas xiitas de plantão. Não nas campanhas do governo. Apegue-se a você mesma e tenho certeza de que vai encontrar a garra suficiente para continuar com a amamentação.

Porque, vamos combinar, o primeiro mês não é fácil. Acho que você nunca esteve tão disponível para alguém nem quando corria atrás daquela promoção dos sonhos. E de repente tem aquela coisa pequena e fofa envolta nos cobertores com todo o poder sobre o seu tempo. Um dos meus truques foi de cara esquecer a foto linda da mãe amamentando num quarto todo rosa acompanhada apenas da luz do crepúsculo. Eu amamentei na cozinha, na varanda, no carro, no metrô, no museu, no restaurante, na festa de alguém, na frente dos amigos, na frente dos colegas de trabalho do meu marido, e até mesmo na frente da televisão porque adorava a novela das seis que passava na época. E assim, venci o angustiante primeiro mês.

E ainda tem aquela série de coisinhas chatas para você lutar contra: um parente dizendo que seu leite é fraco por isso o bebê não cresce, um companheiro sem paciência para ajudar nas mamadas noturnas, peito empedrado, peito sem leite, a confusão que é lembrar qual peito deu por último – e até mesmo se essa é a melhor tática – adivinhar se o bebê mamou tudo (porque os seios não são tranparentes e com graduação?). Menina, mande os parentes e os companheiros sem noção de solidariedade às favas e keep walking. Vá pela tentativa e erro e uma hora vai acertar!

No segundo mês, é bom explicar, tudo entra nos eixos. Você já se acostumou que o peito agora é peito, os bicos já estão fortinhos o suficiente para dar conta do recado. E finalmente é possível descobrir como é maravilhoso olhar para aquele ser que você alimenta e vê crescer na sua frente. NUNCA MAIS VOCÊ TERÁ A MESMA SENSAÇÃO. Então, aguentem o primeiro mês, mulheres. Firmes e fortes. Escutem todos os conselhos, experimentem todos os truques, ache o que é melhor para você, mas amamente. Correndo o risco de ficar bem piegas, esse é o nosso maior presente! E quando acabar, vai deixar uma saudade imensa – e aí você vai ficar escrevendo posts para relembrar a sensação…

beijos

Mônica

P.S. Esse post não é patrocinado, mas preciso contar que para mim, o maior truque era usar a pomada da Lansinoh. Ganhei na maternidade e andava com ela no bolso tal qual talismã, passando a todo momento – nem sei se precisava tanto, mas enfim, não vivia sem ela!

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